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Ontem foi dia de brasa na Copa do Mundo e nas churrasqueiras de todo o Brasil. País do futebol só tem um e o mundo todo sabe qual é. O negócio é que ultimamente, os ingleses estão animados por alguns resultados bons, apesar de ser um eterno “jogamos como nunca e perdemos como sempre”, como a final da Eurocopa ano passado que perderam em casa para a Itália, nos pênaltis, no icônico Wembley (que nunca será um Maracanã) e a semifinal da Copa de 2018, perdida para a Croácia. Sim, eles inventaram o jogo organizado e com regras, mas a verdade é que a Inglaterra não ganha nada desde a Copa de 1966 vencida também em casa e com um gol que hoje em dia renderia pelo menos uma checadinha no VAR. Logo, diferentemente do que clamam os ingleses, football is NOT coming home. Ele tá indo pra casa. Hoje vou falar da perspectiva de ver a Copa daqui de Londres, ser um brasileiro iludido com o hexa aqui, a torcida inglesa e essa estreia de gala do Richarlison fazendo jus a combinação R + 9 com a amarelinha.
Com todos as questões morais e sociais que a Copa no Qatar carrega, relacionados a discriminação, corrupção, compra de votos etc. não tem jeito: quando chega a hora, o mundo para, fica ligado nos jogos e o baile rola solto, seja no Qatar, no Brasil ou em Londres (na verdade por aqui nem tanto…). Durante a Copa acontecem coisas que realmente só de 4 em 4 anos como você parar seu dia para ver um jogo de qualidade duvidosa tipo Irã x País de Gales e ser liberado do trabalho para ver futebol. Afinal, se trata dos melhores jogadores do mundo tentando se consagrarem no mais alto posto do futebol em um torneio de apenas 7 jogos que só acontece de 4 em 4 anos. Mas apesar disso tudo, os ingleses não parecem estar tão animados com a Copa ainda, fazendo da frase “Football is coming home”, uma piada ao se referirem como a casa do futebol.
Segunda-feira foi estreia da Inglaterra na Copa. E como um amante de futebol desde muito criança, eu estava animado não só para o jogo, mas para ver o clima e entender melhor como seria a concentração e a relação dos ingleses com esse momento. No Brasil, os churrascos já estavam sendo marcados, as festas compradas e as bandeiras e camisas já prontas para serem trajadas. Aqui, nada. A estreia da Inglaterra foi às 13h daqui e durante a manhã, não se via nada nas ruas. Nenhuma bandeira, nem uma camisa da seleção deles, e tudo parecia normal: o movimento de uma segundona fria de trabalho nas ruas e pasmem, pubs vazios. Tudo bem ao contrário do que eu tinha imaginado: fan fests e telões espalhados por aí e pubs repletos de ingleses iludidos com o possível título tomando uma quantidade grosseira de cerveja. Nada disso. Talvez o clima agora não seja o ideal por aqui para embalar no clima de Copa, já que o inverno chegou. Mas não interessa, copa é copa!
Para piorar, durante o jogo da Inglaterra e os vários gols metidos contra o Irã, não se ouviu nada. Nem um rojão, nem um grito pela janela. Silêncio completo. Fomos para a varanda dar uma olhada no redor e nenhuma das TVs ligadas que conseguíamos enxergar estava sintonizada no jogo. Depois da vitória inglesa, ainda saímos em busca de ver uma agitação em um pub aqui perto de casa, e somente meia dúzia de gato pingado fazia uma resenha bem murcha. Enfim, Londres é muito grande e talvez eu ache concentrações e um clima mais animador, mas por enquanto, decepção total. Diferentemente do jogo do Brasil.
Fazia um tempo que não comprava uma camisa da Seleção, mas para esse ano, não teve jeito. Ontem já pela manhã, trajei a amarelinha e saí com ela bem a vista, apesar do frio. Ansioso o dia todo para o jogo e com uma vontade de estar no Brasil, no calorzinho com nossos amigos que se reuniram para o churras, tivemos que nos contentar com Londres. Comprei a cerveja e preparei a transmissão em casa mesmo. Sou desses que não gosta de ver jogo no bar porque eu quero me concentrar no jogo e não no rolê. E ainda, queria ver a transmissão do Brasil, porque ver a Seleça jogar com a transmissão apática da BBC, não dá. Os caras simplesmente não gritam gol e o estilo de narração é muito parado. Por aqui fui meio alternando entre o Galvão que já tá difícil de acompanhar e a transmissão do Casimiro com Luís Felipe Freitas no youtube, que estão mandando muito bem, como sempre, além de estarem revolucionando a formatação original de direitos de transmissão dos jogos da Copa, extrapolando a TV e trazendo pela primeira vez para a internet.
Sobre o jogo, falar o que né? Brasil amassou do começo ao fim, jogou o fino da bola, time confiante, entrosado, ofensivo, bonito demais de ver jogar. E para finalizar, um 9 que é 9. Pode não ter muita oportunidade durante o jogo (como realmente foi), mas na hora que teve a chance, guardou. Tá aí, uma combinação que não tem como falar que não dá certo com a amarelinha: R e 9. Dessa vez foi Richarlison com um dos gols mais bonitos de todas as copas. E ele merece demais. Humilde, autêntico e irreverente em um mundo onde os jogadores são cada vez mais robotizados pelo media training e pelos protocolos. O pombo é diferente, dá show nas entrevistas, rende muito meme e tudo numa boa. Diferentemente dos ingleses, gritamos muito aqui e se os vizinhos ainda não estavam sabendo que era Copa e que tinha BR na área, agora estão.
Para os próximos jogos, devo trazer melhor por aqui o clima nas ruas, ver alguns jogos nos pubs e falar mais sobre a perspectiva de ver a Copa daqui. Por enquanto, seguimos com o frio inglês no clima e na animação para a Copa.
Até semana que vem!
Amei!